Observatório Interamericano de Biopolítica - Página Inicial

Perspectiva Católica

O Catequista

Igreja

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Jovens Fortes e Ousados

Cada um de nós somos templos do Espírito Santo. Ele habita em nós. Nós fomos e somos os alvos do amor de Deus, da obra redentora. Não podemos esquecer que somos de Deus. Que dentro de nós há um potencial, fruto da obra de salvação de Jesus Cristo.

Por causa dessa graça somos capazes e fortalecidos para sermos inteiramente e para sempre de Deus. Não por nossas forças, mas pelo amor de Deus entranhado em nós. Não existem palavras que expressem a manifestação do amor Deus, seus milagres, curas, intervenções em nossas vidas e a liberdade que Ele nos concede. Seria muita ingratidão de nossa parte esquecer tudo isso. Na verdade seria uma negligência não darmos o devido valor a tal graça sobre nós.

São João em sua carta diz: Jovens vós sois fortes. (cf. I João 2,14). E isso não pode ser apenas uma frase de efeito, ou um versículo bíblico que eu sei décor. Deve ser reconhecido como um dom, um potencial, para vencermos tudo. A luta contra o pecado, contra as seduções desse mundo é por demais desafiadora. A tal ponto de pensarmos que é impossível não ceder e não se entregar ao pecado. De certo ângulo parece que Deus não tem poder de sedução como o mundo tem sobre nós.



Mas essa não é a verdade! Aqueles que usam da força, do dom existente dentro de si são capazes de permanecer fiéis à vontade de Deus. Há um texto no Antigo Testamento que muito me chama atenção. Ele se encontra em Daniel 3, 1.3-6.12-23.24-26:

“O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, de sessenta côvados de altura e seis de largura, e erigiu-a na planície de Dura, na província de Babilônia. Assim sendo, reuniram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juristas, os juízes e todas as autoridades das províncias para a inauguração da estátua ereta pelo rei, diante da qual todos permaneceram de pé.Então foi feita por um arauto a seguinte proclamação: Povos, nações, {gentes de todas} as línguas, eis o que se traz a vosso conhecimento: no momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, da cornamusa e de toda espécie de instrumentos de música, vós vos prostrareis em adoração diante da estátua de ouro ereta pelo rei Nabucodonosor. Quem não se prostrar para adorá-la será precipitado sem demora na fornalha ardente! Pois bem, há aí alguns judeus, a quem confiaste a administração da província de Babilônia, Sidrac, Misac e Abdênago, os quais não tomaram conhecimento do teu edito, ó rei: não rendem culto algum a teus deuses e não adoram a estátua que erigiste.

Nabucodonosor, dominado por uma cólera violenta, ordenou o comparecimento de Sidrac, Misac e Abdênago, os quais foram imediatamente trazidos à presença do rei. Nabucodonosor disse-lhes: É verdade, Sidrac, Misac e Abdênago, que recusais o culto a meus deuses e a adoração à estátua de ouro que erigi? Pois bem, estais prontos, no momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, da cornamusa e de toda espécie de instrumentos de música, a vos prostrardes em adoração diante da estátua que eu fiz?… Se não o fizerdes, sereis precipitados de relance na fornalha ardente; e qual é o deus que poderia livrar-vos de minha mão?

Sidrac, Misac e Abdênago responderam ao rei Nabucodonosor: De nada vale responder-te a esse respeito. Se assim deve ser, o Deus a quem nós servimos pode nos livrar da fornalha ardente e mesmo, ó rei, de tua mão.    E mesmo que não o fizesse, saibas, ó rei, que nós não renderemos culto algum a teus deuses e que nós não adoraremos a estátua de ouro que erigiste. Então a fúria de Nabucodonosor desencadeou-se contra Sidrac, Misac e Abdênago; os traços de seu rosto alteraram-se e ele elevou a voz para ordenar que se aquecesse a fornalha sete vezes mais que de costume.

Depois deu ordem aos soldados mais vigorosos de suas tropas para amarrar Sidrac, Misac e Abdênago, e jogá-los na fornalha ardente. Esses homens foram então imediatamente amarrados com suas túnicas, vestes, mantos e suas outras roupas, e jogados na fornalha ardente.

Mas os homens que, por ordem urgente do rei, tinham superaquecido a fornalha e lá jogado Sidrac, Misac e Abdênago, foram mortos pelas chamas, no momento em que eram precipitados na fornalha os três jovens amarrados.”

Como é emocionante vermos esse modelo de jovem. Traz até um clima de heroísmo. Então Nabucodonosor, admirado, levantou-se precipitadamente, dizendo a seus conselheiros: Não foram três homens amarrados que jogamos no fogo? Certamente, majestade, responderam. Pois bem, replicou o rei, eu vejo quatro homens soltos, que passeiam impunemente no meio do fogo; o quarto tem a aparência de um filho dos deuses. Dito isto, Nabucodonosor, aproximando-se da porta da fornalha, exclamou: Sidrac, Misac, Abdênago, servos do Deus Altíssimo, saí, vinde! Então Sidrac, Misac e Abdênago saíram do meio do fogo”.

Meus amados, o mundo em que vivemos e a sociedade que nos rodeia precisa de jovens assim. Prontos para o que der e vier. Sem muitas dificuldades podemos identificar as inúmeras estátuas de bronze que o mundo ergue para que os jovens adorem: CORPO, SEXUALIDADE, ESTUDOS, CORRUPÇÃO, VELOCIDADE, TÍTULOS ETC.

E por causas desses deuses somos capazes de esquecer ou desprezar o próprio Deus. É urgente que se levante no mundo uma juventude impulsionada por uma audácia, que sem medo das conseqüências, diz NÃO aos reis desse mundo e abraça a verdade de Deus com um SIM incondicional. É urgente que nós jovens sejamos sinais nesse mundo e não marcados pelos sinais desses.

Sem medo de ser RADICAL eu digo: O MUNDO PRECISA DE JOVENS QUE NÃO ASSISTAM O BIG BROTHER (sem posição entre emissora A ou B). O MUNDO PRECISA DE JOVENS QUE NÃO COMPACTUAM COM A PRÁTICA DO “FICA”, DE JOVENS QUE SE GUARDAM VIRGENS PELA VIVÊNCIA DA CASTIDADE, QUE LEVAM A BÍBLIA PARA ESCOLA, PARA A UNIVERSIDADE ETC.

Pode-se pensar: Que exagero! Pra que tudo isso? Mas é quando eu olho para o mundo com suas modas seus programas de TV maliciosos e pornográficos, suas gírias de duplos sentidos e outras de sentidos muito claros, suas músicas satânicas, estilos e modas depressivas que digo: que exagero! Pra que tudo isso?

Em Romanos 8,19 vai dizer: a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. A juventude desse mundo aguarda ansiosamente a manifestação dos jovens de Deus.

Que dentro de nós brote esse desejo de sermos para Deus e para o mundo como esses jovens da fornalha: Santos e invencíveis, prontos para o que der e vier, sem medo de perder nada para ganhar em Deus. Quando o rei Nabucodonosor vai ao encontro dos jovens que louvavam dentro do fogo, ele viu um quarto homem, com aparência de um filho de Deus. Ou seja, Deus está conosco!

Que o nosso sim seja pra sempre, que nada nos separe de Deus.

Arthur da Nóbrega Rocha
Consagrado na Comunidade de Vida Remidos no Senhor


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Os líderes: nascem ou se formam?

A liderança é questão de caráter. O caráter é algo que podemos configurar, moldar e fortalecer. Fortalecemos nosso caráter através da pratica habitual de hábitos morais saudáveis, chamados virtudes éticas ou morais. As virtudes são qualidades da mente, da vontade e do coração. Nós as adquirimos com nossos esforços


O caráter não é o temperamento. O temperamento é inato, é um produto da natureza. Pode ajudar no desenvolvimento de algumas virtudes e impedir outras. Se sou apaixonado por natureza, pode parecer-me relativamente fácil a prática da valentia, mas se sou reticente, pode ser que a coragem se converta para mim em um autêntico desafio. Contudo, precisamente meus defeitos de temperamento me fazem consciente de que devo lutar para superá-los. Deste modo, os defeitos se convertem em força moral.


As virtudes imprimem caráter em nosso temperamento, de modo que este já não nos domina. Se me faltam virtudes, serei um escravo de meu temperamento. As virtudes regulam o temperamento. Uma pessoa impulsiva, inspirada pela virtude da prudência, converte-se em mais reflexiva. A pessoa ansiosa e duvidosa, inspirada pela mesma virtude, sente-se impulsionada a atuar e a não demorar. As virtudes estabilizam nossa personalidade e relegam as manifestações extremas.


O temperamento não tem que ser um obstáculo para a liderança. O obstáculo real é a falta de caráter, que nos deixa rapidamente secos, sem energia moral, e bastante incapazes para exercer a liderança.


Há quem pensa que se tem que ter nascido líder, que alguns têm um dom especial e outros não, que a liderança é algo ligado ao temperamento ou à experiência. Nem todos podem ser Roosevelt ou um De Gaule ou um Churchill, pensam. Nada mais longe da verdade. A liderança não está reservada a uma elite. Não é uma vocação de poucos. Chefes de estado, professores, profissionais industriais, donas de casa, responsáveis militares, agentes de saúde, todos exercem a liderança.


As pessoas esperam que façam o justo, que sejam homens e mulheres de caráter e virtude, motivados por uma visão magnânima para com as pessoas que têm a seu cargo. E se sentem defraudados se falham. Os líderes têm de ser virtuosos para serem líderes reais e, já que a virtude é um hábito que se adquire com a prática, dizemos que os líderes não nascem, eles se fazem.


O que significa que o caráter é a virtude em ação?


Que as virtudes são mais que simples valores. As virtudes são forças dinâmicas. De fato, sua raiz em latim, «virtus», vem de força ou poder. Cada uma, se é praticada habitualmente, reafirma progressivamente a própria capacidade para atuar.


Em meu livro me refiro a seis virtudes. A magnanimidade, para lutar por coisas grandes e propor desafios a si mesmo e aos demais. A humildade, para superar o egoísmo e acostumar-se a servir os outros. A prudência, para tomar decisões justas. A valentia, para manter-se e resistir a todo tipo de pressões. O autocontrole, para subordinar as paixões ao espírito e ao cumprimento da missão, e a justiça, para dar a cada um o que merece.


Os líderes são magnânimos em seus sonhos, visões e sentido de missão, em sua capacidade para esperar, confiança e ousadia, em seu entusiasmo pelo esforço que requer o êxito em seu trabalho. Também em sua propensão para usar meios proporcionados a seus objetivos, em sua capacidade para lançar desafios a si mesmos e aos que têm ao redor. A magnanimidade do líder está dirigida a servir os outros, sua família, clientes, colegas, seu país e toda a humanidade.


Esta nobre ambição para servir é um dos frutos da linda virtude da humildade. As virtudes não tomam o lugar da competência profissional, mas são parte desta.


Posso ter um diploma em psicologia e trabalhar como consultor, mas se não tenho prudência, eu me encontrarei com dificuldades para dar conselho a meus clientes.


Posso ter um MBA [mestrado em administração de empresas] e ser um executivo de uma grande corporação, muito bem, mas se não tenho valentia, minha capacidade para liderar ante a dificuldade deixa a desejar. A competência profissional exige mais que possuir técnicas ou conhecimentos acadêmicos; implica a capacidade para usar este conhecimento para que dê frutos.


Qualquer pessoa é capaz de adquirir e crescer nas virtudes?


Nem todo mundo se converte em presidente ou primeiro-ministro, nem pode ganhar o Prêmio Nobel de Literatura ou jogar nos New York Yankees. Mas todo mundo pode crescer na virtude. A liderança não exclui ninguém. A virtude é um hábito e se adquire por repetição.


Se atuarmos com valentia repetidamente, no final o faremos como um costume. Se repetidamente atuamos com humildade, ela se converterá em uma ação habitual. A infância e a adolescência desempenham um papel muito importante em nossas opções futuras. Nossos pais nos influenciam para discernir entre o bem e o mal. Mas o crescimento por si só e a formação não determinam o caráter. Não é raro que crianças que tenham crescido na mesma família usem a liberdade de maneira diferente e se convertam em pessoas muito diferentes.


Como o temperamento, nosso meio cultural pode nos ajudar a desenvolver certas virtudes. Em uma sociedade marcada pela sensualidade, pode ser duro cultivar virtudes como o autocontrole e a valentia.


Pode ser duro viver virtuosamente no contexto cultural atual, mas não é impossível. A capacidade de dizer «não» nos confere um grande poder. Somos livres para decidir até que ponto deixamos que a cultura atual nos afete.


Escolhemos livremente ser o que somos. Vício ou virtude? Depende de nós. A virtude implica e depende da liberdade. Não se pode forçar, é algo que escolhemos livremente. Se as praticamos assiduamente, o caminho para a liderança está aberto. A liderança começa quando usamos nossa responsabilidade livremente.


Por Miriam Díez i Bosch


Fonte: Zenit

terça-feira, 5 de julho de 2011

Relacionamentos Curados

Via Rápida
Era uma noite de inverno e eu estava muito ocupada, preparando apressadamente o jantar, quando o telefone tocou. Uma voz que eu não ouvia há muito tempo, do outro lado dizia: "Será que você poderia vir aqui? Estou precisando de ajuda", disse ele. Cheguei à casa deles, linda e luxuosa, com carros à entrada da garagem, e lindas crianças - tudo dando a impressão de um lar próspero e feliz. Mas lá dentro, encontrei somente sofrimento, malas arrumadas (dela), lágrimas, amargura e desespero. Já estava tomada a decisão de se separarem. Conversamos um pouco, não chegando a nenhum lugar.
Perguntei-lhe se ela daria uma volta de carro comigo, sozinha, para tomarmos uma xícara de café; só para conversarmos. Voltamos para minha casa e eu entrei para pegar um livrinho e perguntei-lhe se ela me prometeria apenas uma coisa: que ela lesse o livro cuidadosamente e se submetesse ao Senhor Jesus! Aí, se ela ainda quisesse deixar o marido, que então se fosse, pois nada mais haveria que eu pudesse fazer. Isto foi há três anos e até hoje eles estão juntos como família. O arrependimento é uma via rápida para o coração do Pai, ao Seu amor e o Seu perdão.

Vendo-nos Como Realmente Somos
Quando Deus abre os nossos olhos para enxergarmos as profundezas do nosso pecado, nos afligiremos com o que fizemos a Deus e aos nossos semelhantes. Então, ao invés de chorarmos pelo que os outros têm feito a nós, choraremos por aquilo que nós fizemos a eles. Veremos tudo sob a luz da verdade de Deus, ao invés da meia-luz do maligno, que engrandece os pecados das outras pessoas e encobre os nossos próprios. No final, as falhas da outra pessoa parecem quase inexistentes em comparação com as nossas.
Há um poder criador no arrependimento, pois ele age retroativamente, redimindo o passado e restaurando o que fora destruído pelo pecado.

Dando o Primeiro Passo
Uma mulher que vivia com a sua mãe idosa e doente, estava profundamente amargurada, porque sentia que a mãe estava tornando a sua vida insuportável. Mas, durante uns poucos dias calmos que passou fora de casa, sentiu-se atingida pela Palavra de Deus. De repente, ela viu tudo sob uma luz diferente. Reconheceu que ela mesma tinha culpa: suas reações eram erradas. Começaram a fluir lágrimas de arrependimento. No caminho de volta para casa, ela comprou flores para a sua mãe. E o que aconteceu? Depois que a filha deu o primeiro passo, o amor foi vitorioso. Mãe e filha se reconciliaram. Ainda outros relacionamentos foram transformados. A mãe tinha desentendimentos com vários vizinhos do vilarejo. Mas com a ajuda da filha, ela enviou uma carta para cada um deles, pedindo perdão... Uma onda de reconciliação varreu aquele vilarejo.

O Filho Perdido Há Muito Tempo
Na história do filho perdido, o pai deu-lhe as boas vindas de volta à casa, dando-lhe roupas finas em lugar dos trapos, e um anel como expressão do seu amor. Aqueles que lamentam seus próprios erros são os verdadeiramente felizes - felizes pelas bênçãos e o perdão de Deus. Tendo desperdiçado oportunidades e recursos e tendo arruinado as suas vidas, eles sabem que nada merecem e que são culpados aos olhos de Deus e das pessoas, e sem direito algum de esperarem qualquer favor ou palavra de perdão. Vocês podem imaginar o alívio de um homem condenado, ao ouvir que foi perdoado? Da mesma forma, o reino do céu, onde há cânticos e regozijo, despontará em um coração que recebe o perdão. Somos todos filhos de Adão, expulsos do paraíso, mas tendo ainda um profundo desejo de ter de volta o paraíso perdido.
E o paraíso, o céu, podem ser nossos aqui e agora, quando nos acertamos com Deus e uns com os outros

Adaptado de Arrependimento - O Caminho mais Certo para a Felicidade e Viver em Reconciliação, de M.Basilea Schlink